Impacto do acolhimento e escuta qualificada na melhora da qualidade de vida do paciente oncológico

Abstract

O diagnóstico de câncer é uma experiência devastadora para as pessoas e suas famílias. Toda a equipe multidisciplinar que está envolvida no tratamento destes pacientes deve compreender o impacto social para que haja uma intervenção na sua realidade, permitindo o acesso a bens e serviços de políticas públicas igualitariamente. O objetivo deste estudo foi analisar a percepção da qualidade de vida do paciente frente a intervenção social de acolhimento e escuta qualificada no início do tratamento oncológico. Trata se de um estudo descritivo, exploratório de coorte transversal realizado com pacientes oncológicos em início de tratamento. Houve uma avaliação com questões referentes situações socioeconômicas e emocionais apresentadas pelos pacientes e seus familiares. A percepção da qualidade de vida (QV) foi mensurada pelo questionário European Organisation for Research and Treatment of Cancer Quality of Life Questionnaire (EORTC QLQ-C30), ocorrendo concomitantemente a intervenção social que consistiu de esclarecimento sobre a compreensão do processo saúde doença, legislações previdenciárias e especificas à pacientes oncológicos, bem como acolhimento e escuta ativa. Foi entregue uma cartilha de direitos específicos bem como acesso recursos sociais de esfera municipal, estadual e federal. Após 30 dias foram reavaliados a QV e feita uma entrevista foi estruturada baseada nas percepções dos pacientes após orientações sociais. Os resultados identificaram melhora na QV de vida de 60 pacientes oncológicos, média de idade de 59,8±15,7 anos, baixa escolaridade (6,5±3,5 anos de estudo), maioria aposentados (46,6%) e casados (68,3%), que se submeteram a intervenção social no início do tratamento. Nesta etapa os domínios mais comprometidos eram a função física e emocional (60,56±23,34 e 61,11 ±30,86 respectivamente). Os piores sintomas relatados eram insônia (46,11±42,56), dor (38,06±26,41) e, dificuldades financeiras (34,44±24,52). Após 30 dias haviam melhorado estes escores e observou se expressiva satisfação em todas as respostas da entrevista estruturada. Ao explorar as percepções dos pacientes com cancer verificou se o impacto do apoio social para compreensao que envolvem o diagnóstico e tratamento na otica do paciente e do assistente social. Assim ao analisar e intervir na realidade social de pacientes oncológicos em início de tratamento orientando, acolhendo e, encaminhando pôde promover melhor QV. O trabalho social dentro de uma intervenção multidisciplinar resulta em vantagens significativas no domínio social da QV e contribui para melhorias clinicamente significativas na QV geral para pacientes com câncer. Observou se que práticas adotadas como acolhimento e escuta qualificada na rotina de atuação do paciente oncológico reduz incertezas e promove um cuidado clinico mais eficaz e consequentemente uma melhora na qualidade de vida.