@PHDTHESIS{ 2020:1447640072, title = {Complicações gastrointestinais pós-operatórias em cirurgias de grande porte}, year = {2020}, doi = "1549", url = "http://bdtd.famerp.br/handle/tede/684", abstract = "Problemas do trato digestivo são manifestações comuns em pacientes de cirurgias de grande porte e há evidências de que se associam a maior tempo de internação e mortalidade hospitalar. A citrulina e a fatty acid binding protein intestinal (I-FABP) têm sido postuladas como possíveis marcadores da função e lesão do intestino delgado, mas suas aplicações clínicas no diagnóstico e manejo da disfunção do tubo gastrointestinal (DTGI) ainda são incertas. Objetivos: O objetivo desse estudo é avaliar a incidência de DTGI com o escore LGI-A e o impacto no tempo de internação, outras disfunções orgânicas e óbito; e conhecer o papel de biomarcadores de lesão do TGI com o intuito de melhorar o diagnóstico e acompanhar a evolução do problema. Métodos: Estudo prospectivo, observacional e multicêntrico. Todos os pacientes cirúrgicos não cardíacos admitidos nas unidades de terapia intensiva (UTI), no período de 1 mês, foram avaliados e acompanhados diariamente até alta da UTI ou por no máximo 7 dias, o que ocorreu primeiro, para determinação de complicações. As taxas de mortalidade em 28 dias de pós-operatório, na UTI e hospitalar foram avaliadas. Biomarcadores de citrulina e I-FABP foram mensurados pelo método de ELISA e verificada possível correlação com presença, no pós operatório, de lesão gastrointestinal aguda (LGI-A), conforme definido pela Sociedade Europeia de Medicina de Cuidados Intensivos em 2012. Resultados: Foram envolvidos 824 pacientes no estudo e de 77 pacientes foram coletados biomarcadores (BM) de lesão gastrointestinal. LGI-A foi identificada em 40,3% dos pacientes do subgrupo com BM e em 6,2% dos pacientes do Grupo Geral. No subgrupo BM, identificou-se LGI-A nível I em 27,3%; LGI-A nível II em 5,2%; LGI-A nível III em 5,2%; e LGI nível IV em 2,6% dos pacientes. Os pacientes com LGI-A eram mais velhos (66 vs. 58 anos, p=0,046) e mais graves de acordo com valores de SAPS 3 (49 [41-54] vs. 40 [34-50]). Pacientes com LGI-A tiveram mais disfunções orgânicas pelo escore SOFA (5 [4-8] vs. 4 [2-5], p=0,041), tempos mais longos de internação na UTI (4 dias [2-7 dias] vs. 2 dias [2-3 dias], p= 0,008), assim como tempos mais longos de internação hospitalar (10 dias [8-20 dias] vs. 7,5 dias [4,8-12,5 dias], p= 0,013), em comparação a pacientes sem LGI-A. Complicações cardiovasculares (71% vs. 46%, p=0,027) e renais ou metabólicas (55% vs. 28%, p=0,019) também foram significativamente mais frequentes em pacientes com LGI-A. As taxas de mortalidade na UTI (19,4% vs. 0%) e no hospital (22,6% vs. 2.17%) foram significativamente mais elevadas no grupo LGI-A do que no grupo sem LGI-A (p<0,05 para ambos). Os valores de I-FABP demonstraram boa acurácia para discriminar LGI-A e sepse. I-FABP e citrulina demonstraram moderada e boa acurácia para óbito, respectivamente. Na análise multivariada, o I-FABP urinário e o balanço hídrico foram preditores independentes de LGI-A (OR:1,007; IC:1,000-1,013; p=0,005 e OR: 1,002; IC: 1,001-1,004; p=0,000, respectivamente) e o I-FABP urinário foi preditor de sepse (OR: 1,005; IC: 1,000-1,010; p=0,030). Conclusões: A ocorrência de LGI-A é subestimada nas UTIs, e associa-se a fatores como idade mais avançada, a gravidade à admissão do paciente, balanço hídrico mais positivo e a piores desfechos. I-FABP e citrulina, particularmente o I-FABP urinário no segundo dia, foram preditores independentes de evolução com LGI-A e sepse.", publisher = {Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde}, note = {Faculdade 1::Departamento 1} }